A Relevância das Necrologias para as Pesquisas Genealógicas.
- Jonatha Husek
- 22 de abr. de 2021
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Era de costume, quando um familiar sucumbia a morte que se anunciasse no jornal local o ocorrido, algumas vezes em obituário, que contava com o nome, idade, naturalidade e a doença, e em alguns casos, em especial pessoas de maiores estimas pela sociedade local, nestes casos, era de costume redigir uma pequena crônica na necrologia do jornal corrente sobre a vida e trajetória daquele que deixou seus entes, onde contavam com mais ênfase a trajetória de vida, a doença que o levou a sucumbir, os seus feito.
Também após o ocorrido desenlace, era comum publicar no mesmo jornal corrente um agradecimento pelo acompanhamento do período de enfermidade e do enterro dos despojos mortais, e em conjunto ou em outra publicação um convite para missa de 7º dia.
Nestas publicações podemos observar a naturalidade, a idades, trajetória, causas da morte, como citações de nomes de pais, filhos, irmão; também ocorria no fim dos textos uma lista de coroas e cartões de condolências aos familiares, onde podemos observar nomes de familiares e amigos íntimos ao falecido e a família.
Podemos observar, como exemplo, a necrologia de Pedro Husek redigida em 1917 no jornal O’Commercio corrente em cachoeira do Sul, onde conta sua naturalidade Bohemica, e detalha seu oficio de Alfaiate, enfatizando o ato de ter cursado uma academia de corte em Viena, capital do Império Austro-Hugaro. Como também podemos observas a citação do ano em que emigrou para o Brasil, em 1889. Outra importante informação que podemos obter desta crônica é a suplicia de Pedro em seus últimos momentos a seu filho mais velho Otto, para que ele lutasse com empenho e trabalhasse com perseverança.


Já na crônica de Olinda Kleinpaul Husek, publicado em 1924, também no jornal corrente O’Commercio, de Cachoeira do Sul - RS, podemos observar o sua origem na colônia de Agudo, que na época pertencia a cidade de Cachoeira do Sul, local de seu casamento com Pedro Husek e os filhos que deixou deste casamento. Pode-se observar a ênfase que se tem ao tratar das filhas do primeiro casamento de seu marido, que ressalva que lhes prodigalizou amor e carinho materno como se fosse suas filhas e que somente pessoas de intima relação saberiam que não eram. E ainda é falado sobre os participantes do ato de encomendação que ocorreu na Igreja Matriz da cidade, contando com a participação de uma comissão da Igreja Metodista, e do grupo da Associação Religiosa Católica do Apostolado da Oração com seu estandarte acompanhado de exmas senhoras e senhoritas.

Anos mais tarde, em 1956, quando seu filho, Otto Husek faleceu, também houve uma crônica na Necrologia do Jornal O’Commercio, esta um pouco mais moderna, nela podemos observar sua trajetória de vida, como alfaiate por conta própria por cerca de 30 anos e como alfaiate na firma Renner, que atuava junto a Casa Pedro Emilio Breyer, também é citada sua esposa, filhas, genros, sogra, irmão e cunhados.

Nas publicações de agradecimentos podemos observar, que é realizado um agradecimento cordial aos médicos que atuaram no momento de enfermidade, como exemplo no agradecimento e convite de missa de Pedro Husek, a família agradece aos esforços dos Dr. Milan Kras e Silvio Scopel. E também agradecem as pessoas amigas e visinhas que foram prestativas na enfermidade.

Na crônica de agradecimento e convite de missa de 7º dia de Olinda Kleinpaul Husek, a família agradece aos amigos que acompanharam no momento difícil e estende aos que enviaram coroas e flores e ainda contempla uma abundante relação de coroas e bouquets de flores. Entre elas se destacam: Ultimo Adeus de teus filhos Belmiro e Adelina, Ultimo Adeus de tuas filhas Paulina, Chininha e Celia.

No Agradecimento e convite de missa de 7º dia de Otto Husek, em 1956, além de agradecer ao médico dr. Newton Luiz Sesti, que esteve sempre ao lado do enfermo fazendo minorar-lhe o sofrimento, se estendem as boas irmãs de caridade, aos enfermeiros e enfermeiras do hospital de Caridade e ainda aos revdmo. Pe. Jose, da Igreja de Santo Antonio e ao Revdmo. Pe. José da Igreja Matriz N. S. da Conceição pela cerimônia de encomendação e sepultamento. E também a todos que encaminharam cartões e coroas de flores, e finalmente a todos que acompanharam o extinto ate sua derradeira morada, assim como esta redigido.


Com estes exemplos e outros que poderia citar pode-se observar o quão rica de informações genealógicas contém nestas crônicas de necrologias e de agradecimentos e convite de missas, estas imagens de jornais foram retiradas do acervo do Arquivo Histórico de Cachoeira do Sul, que mantém um acervo de jornais de época da cidade de cachoeira riquíssimo em informações históricas, que são adequadamente preservadas e disponibilizadas ao publico em geral para realizações de pesquisas, entre outros ricos acervos que o Arquivo Histórico mantém em seu belo trabalho.
22 de Abril de 2021 – Santa Cruz do Sul - Jonatha Husek
Referencia:
Fotografias: Arquivo Histórico de Cachoeira do Sul.
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